A Enfermagem é uma profissão de destaque na assistência qualificada à saúde, ou seja, é esta categoria profissional, sob a coordenação do enfermeiro, que se responsabiliza pelo ato de cuidar. Ao tratarmos do cuidado à pessoa idosa, este cuidado intensifica porque a sutileza das manifestações é de uma especificidade muito grande. A Enfermagem Gerontológica, tem o objetivo de acolher e cuidar da população idosa, considerando sua totalidade biopsicossocial, estimulando o autocuidado, a autonomia e a independência. Propõe ainda dar suporte à sua família e comunidade na compreensão do processo de envelhecimento como parte integrante do ciclo da vida, minimizando os danos e seqüelas, visando à promoção da saúde e da qualidade de vida. Além do conhecimento específico em sua área de competência e o desempenho técnico adequado, o Enfermeiro Gerontólogo deve desenvolver aptidões e qualidades singulares como a maturidade e a capacidade de adaptação; a empatia e a sensibilidade; o humanismo e a ética; a objetividade e o espírito de crítica; o sentido social e comunitário; a flexibilidade, a visão ampla e a criatividade, tendo em vista que cada idoso é um ser humano diferente e diferenciado.
Os cuidados gerontológicos de enfermagem são singulares e correspondem às reais necessidades identificadas nos diferentes idosos. É necessário repensar a assistência de enfermagem ao idoso, associando a teoria à prática. Deve ser baseada na capacidade técnica de avaliação correta da problemática instalada, de intervenções educativas, preventivas, precoces e eficientes, além de conhecer os sistemas de saúde de apoio com os quais possa contar, considerando as suas limitações físicas, psíquicas e ambientais, sociais, econômicas e financeiras.
O processo do adoecimento tem um grande e extenso significado, para o idoso, familiares e cuidadores. A Enfermagem Gerontológica, fundamentada na ciência e na arte do cuidar da pessoa idosa, deve entender o cuidar como sendo uma atividade que vai além do atendimento às necessidades básicas no momento em que está fragilizado. Trata-se de assumir um compromisso com o cuidado existencial, que envolve o autocuidado, a autoestima, a autovalorização, a cidadania do idoso, dos familiares e cuidador.
O cuidador, seja ele familiar ou profissional, tem grande importância na assistência à pessoa idosa. Ele deve receber de toda equipe de saúde e principalmente da Enfermeira Gerontóloga, as informações necessárias para estar atento a sinais e sintomas da pessoa que está sendo cuidada.
Existem sinais e sintomas próprios do envelhecimento; são manifestações da senescência. É muito importante que o cuidador conheça e reconheça estas manifestações e as transmita para a enfermeira responsável pelo atendimento, que deverá dar as explicações cabíveis, tranqüilizando o cuidador e a pessoa idosa. Há ainda sinais e sintomas que caracterizam a senilidade, ou seja, manifestações que caracterizam um processo patológico ou de doença.
Mais importante ainda para o cuidador de idoso e a garantia da qualidade de envelhecimento da pessoa idosa é saber que estas manifestações não surgem agudamente; são extremamente sutis, e muitas vezes camufladas pela própria pessoa idosa, seja consciente ou inconscientemente. Um cuidador de idoso competente está sempre atento às mudanças da pessoa idosa e sempre as considera, mesmo que em um segundo momento estas manifestações possam ser desconsideradas.